terça-feira, 6 de outubro de 2009

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Você começa a falar com uma pessoa.
Depois você
conhece essa pessoa.
Aí você percebe que essa pessoa
não desiste de ninguém assim tão fácil.
Você pode
achar que ninguém não merece todo esse esforço.
Mas a pessoa não.


Ela não desiste.


Ela
encontra uma maneira de ajudar ninguém.
Mesmo que ninguém não ache que isso é
possível.
Geralmente, a pessoa
encontra um modo de culpar a si mesma.
Ela acha melhor.
Melhor que ficar brigando.
Depois de perceber isso, você tem
duas escolhas:
tratar a pessoa como outra
qualquer.
Ela não vai desistir de você mesmo.
Que diferença isso faz
?
Nessa escolha, você passa a
ser o ninguém anterior que você achava que não merecia todo aquele esforço;
ou você pode escolher tratar essa pessoa como ela merece.
Como ela trata você.
Com, pelo menos, o mínimo atenção e preocupação para com os assuntos que dizem respeito a ela.
Não sei os outros, mas se você tiver um
pouco de bom senso, a segunda escolha é a mais honesta.
A mais justa.
Não sei o outros, mas se você tiver um pouco de bom senso, você vai preferir ter
perto de si esse tipo de pessoa.
Escolha por motivos
egoístas?
Sim.
Num
primeiro momento, sim.
Mas depois você muda.
Você
passa a ser um pouco daquela pessoa também.
Você começa a
acreditar que não desistir de ninguém nem é tão irracional e desgastante assim.
Você muda.
Você percebe que ser um pouco daquela pessoa te faz sentir melhor.
O
motivo inicial pelo qual você quis ter aquela pessoa perto de você, agora parece tolo.
Você queria uma pessoa que não desistisse de você.
Uma pessoa que não deixasse de acreditar em você, mesmo que
você já tivesse desistido de si.
Mas você mudou.
Você sabe que a pessoa não vai desistir de você, no fim das contas.
Mas você não mantém aquela pessoa perto por esse motivo.
Não mais.
Você mudou.
Agora você a mantém perto pelo simples fato de te fazer bem.
Pelo fato de que, perto, você sabe se aquela pessoa está
bem verdadeiramente.
Não só superficialmente.
Por que
você sabe que essa pessoa é capaz de deixar todos os problemas dela e encontrar uma maneira de te ajudar.
Ajudar ninguém.
Agora você a mantém
perto o suficiente para que, quando ela desistir de si mesma, quando ela não acreditar mais, você possa estar lá para não desistir dela.
Para acreditar.
E agradecer!
Você mudou.
É parte daquela pessoa.

Glícia Almeida

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